4 de julho de 2015

Falta de água e recessão na economia levam caos a cerca de 2 milhões de pessoas no Polo Textil do Agreste Pernambucano


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Regiões têm só 2 dias com água por mês

Bairros inteiros com apenas dois dias por mês com água. Vinte e oito sem.

É assim que algumas cidades de um dos maiores polos produtivos do Nordeste vivem há meses. Em colapso, ou à beira dele, cerca de 2 milhões de pessoas em um raio ampliado. E toda uma cadeia têxtil que abastece o maior centro comercial do ramo da América Latina.

A região de Caruaru, no interior de Pernambuco, tem duas cidades vitais para a indústria têxtil do Nordeste e Norte do Brasil: Santa Cruz do Capibaribe, onde o Moda Center reúne mais de 15 mil pontos de venda e chega a atrair 100 mil pessoas por dia em junho; e Toritama, segundo maior polo no Brasil para o beneficiamento de jeans. Principal matéria-prima em falta: água.


A falta de água na região de Caruaru veio em cima da crise geral na vendas de vestuário. Alguns atacadistas contabilizam perdas de até 30% desde o início do ano, demitem funcionários e fecham lojas de revenda.

Em lugar das centenas de camionetes Toyotas levando compradores pelas estradas em Santa Cruz (100 mil habitantes) e Toritama (41 mil), a paisagem está coalhada agora de carros-pipas, que precisam buscar água para as cidades cada vez mais longe. As maiores represas da região secaram, como em Poço Fundo e Jucazinho, que tem hoje só 5% da capacidade.

Em alguns casos, a distância fez aumentar em até 60% o preço dos carros pipas, que chegam a custar R$ 160 para entregar 11 mil litros de água não potável. Com a barragem seca em Poço Fundo, a população recorre diariamente a baldes e vasilhas para pegar água dos carros pipa.

A situação é mais grave em Toritama, que vive basicamente de beneficiar jeans que vêm do Sul e Sudeste. A Mamute, maior lavanderia local, utilizava 8 bilhões de litros de água por mês para os jeans (cerca de 40 litros por peça). Hoje, tem à disposição apenas 4 bilhões de litros (grande parte reciclada), diminuiu turnos de trabalho de 3 para 1, cortou 16 funcionários (de 84) e prevê mais demissões.

O chamado Arranjo Produtivo Local na região próxima a Caruaru gera 150 mil empregos diretos em 18 municípios e movimenta cerca de 700 milhões de peças por ano em artigos de moda.

Em Santa Cruz do Capibaribe, onde funciona o Moda Center, com 120 mil m² de área coberta para revenda de roupas, lojistas falam em “colapso” de vendas por conta da economia em geral e pela falta de água na região.


Fonte: TV Folha

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